quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um Ser Humano, por trás da farda

Hoje é o dia do Soldado e como Policial Militar que sou, quero prestar uma homenagem justa a esta classe de profissionais quase sempre encompreendida: Toda força policial é representada por três coisas em especial: seu emblema, seu distintivo e sua farda. Cada um tem uma forma, cor, símbolo e etc, mas há algo que todas têm em comum: Há um humano por trás desses símbolos.

Humano sim! Sempre que as pessoas pensam em policia, já vislumbram um troglodita com o pé na porta, ou o super-homem que prende três Fernandinho "Beira-mar" com uma mão nas costas. Há quem enxergue um homem gordo, de óculos escuros de mão estendida à espera do “$eu”. Mas a verdade é que poucos enxergam o humano que está por trás da farda. Não somos Super Man, mas também não somos Trogloditas como muitos pensam. O humano que transpira, que sente medo, que na hora do embate pensa nos filhos em casa, que tem dor de barriga, dor de cabeça, fome e sangra quando atingido pelo inimigo.

Esse homem deixa seu lar todos os dias na esperança de regressar, falo de esperança e não de certeza. Trabalhará diuturnamente sem esperar recompensas e reconhecimento. Sabe que não lhe é facultado o direito ao erro e, que o preço a pagar por qualquer um que seja, é alto demais. Tem consciência que protegerá vidas inocentes mesmo com o risco da sua e espera que alguém também cuide das que ele ama, caso ele já não possa.

Aquele que na hora do barata voa, do corre deita, sente o coração batendo forte nas artérias do pescoço e o gosto amargo da responsabilidade na boca, quando mira sua arma na direção de outro humano, que insiste em tentar lhe atingir.

O indivíduo que repete seus valores e juramentos na cabeça quando recolhe os milhares de reais que a policia apreendeu na casa de um traficante lembrado-se de sua função ali, ainda que ciente de que suas contas em casa estão atrasadas e, por isso, aquela viagem de férias não vai rolar.

O policial se cansa, se frustra, se irrita, chora, sofre, tem virose, tem fadiga e ainda por cima, carrega nos ombros a responsabilidade de ser policial, que tem a desvantagem de lidar com crimes horrendos. Cruza com criminosos que os levam a desacreditar na humanidade e a desejar fazer justiça com as próprias mãos. Mas mesmo assim, sabem que são todos igualmente humanos, portanto devem levar os animais para o juiz dar a sentença, mesmo sabendo que muitos não serão condenados.

Para as pessoas comuns a policia é uma farda, um distintivo, um símbolo, não vêm que Ela é feita de pessoas. Para a maioria, o policial é uma “coisa” que não dorme, não come e não tem medo e nem amor por nada. É bem verdade que existem sim, os policiais que não são dignos de vestir a farda, mas não são a maioria e, acima de tudo, não são só policiais, são HUMANOS antes de mais nada.

Quando um humano fardado comete um delito, a noticia no jornal não fala do indivíduo, fala da corporação, como se aquele ser fosse representante de toda uma instituição e suas ações refletissem a hombridade e caráter do órgão.

A pessoa veste a farda, não o contrário! Um símbolo não faz ninguém mais ou menos humano e também não nos torna imortais.

Admiro e respeito o humano que existe por de trás da farda, A formação do verdadeiro policial militar exige um alto nível de envolvimento do indivíduo, é consideravelmente uma entrega. É algo que foge a treinamentos comuns porque testa, não só os limites do corpo, a mente também é preparada para o cumprimento efetivo do dever. Distante da realidade de uma Unidade Militar, o cidadão não faz idéia de como aqueles homens que encontram nas ruas todos os dias chegaram até ali.

Muitos tentam e poucos perseveram nesta profissão. O homem aprende cedo a viver em conjunto, a respeitar o companheiro de farda e a ver no outro, alguém a quem se deve servir e proteger. Aprende que a teoria está um tanto distante da prática, mas que tem o seu valor no final. Aprende a ignorar o próprio corpo, o sol forte e as tempestades porque a fome, a sede e o cansaço se tornam irrelevantes diante da necessidade do outro. Aprende que somente a utilização da técnica não será suficiente para garantir o êxito quando se lida com outras vidas.

Não se deve esquecer nunca que o homem que está sob a farda, seja ela caqui, cinza, azul, camuflada ou negra é, antes de tudo, um ser humano. A sua posição lhe toma o direito de hesitar diante da violência, impulsionando-o a agir rapidamente e evitar que o pior aconteça. Em questão de segundos, uma decisão deve ser tomada para minimizar o sofrimento alheio. Nesse momento as possibilidades entre o sucesso e o fracasso são praticamente iguais e o que determina o resultado final é o senso de justiça que pulsa no coração do homem.

O que faz um homem ser um verdadeiro policial militar? O desejo de garantir os direitos que nos são tomados todos os dias pela violência, pela impunidade e pelo descaso. A vontade de encaminhar à justiça aqueles que matam, roubam, violam e destroem os meus sonhos e os seus. A busca incessante por uma cultura de paz, termo tão banalizado atualmente, mas que representa a base da missão da Polícia Militar. Esse é o meu ideal, e por esse motivo que tenho o maior orgulho em dizer quem sou: Claudecir Satil da Silva - Cabo da Policia Militar do Maranhão. Parabéns a todos os Soldado.......

Parte deste texto foi retirado da Net.



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