sábado, 3 de setembro de 2011

Uma juventude em conflito

Trabalhando com crianças e adolescentes, tenho observado o seguinte: uma fase da vida com muitos conflitos e dúvidas, tanto para os pais como para os próprios adolescentes. Entenda um pouco mais sobre este período da vida! essa é a nossa juventude, que está por ai para transformar o nosso país.
A adolescência é uma fase da vida na qual ocorrem muitas mudanças: surgem alterações no corpo, que deixa de ser infantil para tornar-se adulto e transformações de comportamento que servem para a construção da identidade, momento em que o adolescente deixa de lado os valores dos pais para criar seus próprios valores que podem vir a ser idênticos aos dos pais assim como podem ser totalmente divergentes dos valores paternos ou uma mistura entre os valores semelhantes e os divergentes.
É um momento de muitos conflitos na família se não for bem administrado! E a realidade de nossa população é bem diferente das regio~es sul e sudeste, onde a TV brasileira tenta impor aquele conceito de vida, que para chapadinha não é viavel.
Em Chapadinha os pais têm uma certa dificuldade em aceitar o crescimento de seus filhos... Quantos pais dizem sentir saudades do tempo em que os filhos eram bebês? Admitir que o filho cresceu equivale a reconhecer que eles estão ficando mais velhos! Para muitos isso é um choque tremendo, aqueles cabelos brancos aparecendo, não dá tem que recorrer para uma boa e velha tintura. 
Para o pai, é difícil aceitar que sua eterna namoradinha agora se interessa por um outro homem que não é ele! E a mãe, muitas vezes, não consegue tolerar a existência de outra mulher cheia de juventude!
Muitas garotas entram em conflito com suas mães pelos mais diversos motivos e os mais comuns estão ligados ao fato de divergirem da opinião da mãe ou mesmo por questionarem as imposições maternas; em muitos casos, o conflito acontece por causa da inveja da mãe em relação à juventude da filha, seja fisicamente (mães que não aceitam envelhecer vêem na juventude da filha que o tempo de juventude delas passou), seja porque esta mãe não teve a liberdade que a filha tem em função da mudança de costumes sociais: quantas mães dizem "no meu tempo isso não podia acontecer", " na minha época, meninas de família não ficavam na rua até esta hora que você quer ficar", "meu pai não me deixava fazer isso...". Enquanto algumas mães querem que suas filhas vivam tudo aquilo que elas não viveram, muitas outras agem de forma contrária, não permitindo ou evitando que suas filhas vivam mais do que elas mesmas viveram ou tiveram em sua juventude!
Outro motivo de conflito é a filha querer fazer algo que a mãe não concorda, como por exemplo, ir a lugares que a mãe considera ruins ou andar com determinadas pessoas que ela não gosta ou mesmo seguir determinada religião ou ter um gosto musical divergente do dela ou mesmo vestir-se de forma diferente da que ela gostaria.
Muitos pais não se conformam de terem perdido o "posto" de heróis insubstituíveis dos filhos e não conseguem suportar o olhar crítico dos jovens, pois estes começam a enxergar os pais como são: pessoas com todos os defeitos e qualidades que lhe são próprios. Há pais que passam a controlar exageradamente a vida dos filhos, como se pudessem, com isso, voltar a tê-los como crianças: não respeitam sua privacidade, querem participar da vida deles de forma integral, e usam, para o controle deles, os perigos que aumentam nesta fase (a violência, a AIDS, etc...). E mesmo controlando, vivem agindo no sentido de fazer com que os filhos sejam como eles gostariam que os filhos fossem, semelhantes a eles! Por isso a dificuldade em aceitar os filhos agindo e se comportando de forma diferente daquela que eles esperavam!
Enfim, é uma fase difícil não só para a adolescente como também para seus pais. Por isso, é importante que o adolescente saiba como lidar com os seus pais para que eles percebam que ele cresceu e que o respeitem como ele é! MAs que somos para repudiar, afinal já fomos adolescentes, e fizemos todoas essa coisas ao nossos pais.
Em primeiro lugar, são os filhos que devem mostrar aos pais que já não são mais crianças: nada de fazer cara feia ou ter comportamentos infantis diante de uma "bronca" ou "proibição". O importante é conversar, dialogar e questionar de forma adulta e com bons argumentos as imposições dos pais. Por exemplo, quando os pais não deixarem o filho sair para a balada por afirmarem que confiam no filho, mas não confiam nas outras pessoas que lá estão, que tal perguntar a eles se eles não confiam na educação que deram ao filho? E se confiam no filho, por que proíbem? Será que eles vão proibir tudo aquilo que eles consideram ruim para o filho? Quando é que eles vão perguntar ao filho o que é bom para ele? E se mesmo assim os pais não deixarem que ele saia, questionar o porque desta proibição. Questionar não é brigar, mas dizer aos pais que é importante saber e entender o motivo da proibição.
Muitos pais querem antecipar questões aos filhos para evitar sofrimentos futuros... Mas o único método conhecido para se aprender algo é vivendo! Uma conversa amigável com os pais vai mostrar que viver é experimentar. Cito aqui o caso de um garoto de 18 anos que nunca havia tomado qualquer bebida alcoólica por opção, mas que, num final de semana com amigos, acabou tomando vinho muito além da conta e foi parar no hospital com coma alcoólica: muitos pais poderiam fazer um escândalo e brigar com o filho ou mesmo castigá-lo por este ato. Os pais do garoto, ao saberem do ocorrido foram ao hospital, esperaram a recuperação dele e conversaram com o filho questionando se valeu a pena ter bebido tanto e se valeria a pena continuar bebendo desta forma. Ou seja, o diálogo e o respeito pelas opções do filho é o caminho para o crescimento e para um bom relacionamento.
Os adolescentes costumam ser "do contra" até pelo fato de que precisam negar os valores que tiveram até então e que, na maioria das vezes, são valores de seus pais. Pais que dialogam com os filhos são mais ouvidos pelos filhos e tem filhos menos rebeldes do que pais mais autoritários e impositivos. Os adolescentes detestam serem tratados como crianças. Muitos deles relatam que em determinados aspectos os pais os tratam como adultos (quando a questão é uma determinada responsabilidade tal como arrumar o quarto, lavar a louça, etc...), mas na hora deles namorarem ou mesmo saírem com os amigos (na hora do lazer, digamos assim), os pais os consideram crianças. Os adolescentes detestam esta incoerência: ou os pais os tratam sempre como crianças ou então como adultos que já se consideram ser.
A melhor maneira de conseguir que os pais entendam o adolescente é através do diálogo. Se os pais estiverem nervosos, não adianta discutir, o melhor a fazer é esperar que eles se acalmem e só depois iniciar uma conversa calma e esclarecedora com eles. Matheus meu filho com 15 anos de idade é um exemplo vivo, mas quero construir com o mesmo um elo de amizade, respeito e muito amor, por ele é o futuro do Brasil.


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