Tenho presenciado aqui na cidade de Chapadinha, uma parte do Brasil, terra esculpida pelo próprio Deus criador do Universo, e que nos proporciona um dos mais belos espetáculos da terra: Um povo ordeiro e gentil, gente trabalhadora, e na sua grande maioria honesta, essa é a nossa querida Chapada das mulatas. Continuando estas prosopopeias, paira no ar uma nuvem tenebrosa que nos dar uma horripilante sensação de vivermos no lugar mais sórdido e corrupto do mundo, todos os dias surgem denúncias de malversação do erário público, tráfico de influência e do oportunismo.
As expressões “o importante é se dar bem”, “temos que levar vantagem em tudo” ou “os fins justificam os meios”. parece fazer parte do consciente coletivo do nosso povo.
Ao meditar sobre o assunto, comecei a me perguntar: o que leva o homem a se corromper, a jogar no lixo a sua dignidade ou envergonhar seus familiares e amigos? A corrupção é intrínseca ou extrínseca ao homem? Esse caminho nos levará a destruição como povo civilizado? Temos como reverter o atual estágio moral em que nos encontramos? São indagações que me deixavam pasmado e desalentado.
Pasmado por não entender como alguém tem a coragem de prejudicar o interesse coletivo, vejo em Chapadinha o que se faz aos menos favorecidos, em benefício próprio. O Desvio dos recursos financeiro, que seriam aplicados na educação, na saúde, na segurança pública e na infraestrutura ou receber propina com prejuízo aos cofres públicos que teriam a mesma destinação.
Para se chegar a uma resposta aos questionamentos que atormentavam a minha alma inquieta, intuir que primeiro deveríamos saber a relação entre ética e corrupção. O dicionário Aurélio define ética como sendo a Ciência da moral. Na antiguidade, todos os filósofos entendiam a ética como o estudo dos meios de se alcançar à felicidade. Na idade média, por influência do cristianismo e do islamismo a ética se centralizou na moral (interpretação dos mandamentos e preceitos religiosos).
Alguns escritores afirmam em suas obras que a felicidade é encontrada através da alegria ativa, que nos possibilita ultrapassar as paixões (tristeza e alegria passivas). Mas isso será possivel de se alcançar em nossa cidade, que sem nenhuma culpa vem sendo dilacerada, usurpada, sugada, e as promessas e que as nuvens tenebrosas ainda pairam sobre nossas cabeças.
Assim, deduzimos que a ética é elemento vital à sociedade, pois com ela a vida fica melhor. Vale lembrar que cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. No Brasil, por exemplo, evangelizar pessoas com base na doutrina cristã pode ser ético; em outros, como o Irã ou Arábia Saudita é antiético e poderá levar a pena de morte. Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos.
A corrupção é o desvio do comportamento ético daqueles que estão vinculado à coisa pública, quando se utilizam o poder ou a autoridade para obter vantagens ou dinheiro público para si, família ou amigo. Obviamente esta ação está tipificada no Código Penal brasileiro e a pena varia de dois a doze anos de prisão. E quando será que vamos ver algum corrupto de nossa cidade atrás das grades. A sociedade de Chapadinha sofre muito com a corrupção, pois o dinheiro desviado certamente seria aplicado em benefício comum da coletividade, repito mais uma vez, os que mais sofrem são os pobres por lhe faltar hospitais, saneamento básico, escolas, segurança pública com qualidade, já que os ricos têm como buscar ajuda em outros centros ou contratar segurança pessoal.
A história do Brasil nos fala do homem corrupto, como aquele que põe em senzala sua dignidade e caráter, todavia, ao mesmo passo, o descreve como um ser servil e confinado, longe da luz, do vento e oxigênio que tudo limpam e regeneram. Por fim, caracteriza a corruptibilidade como um círculo vicioso, de fluxo incessante; assim nos diz:
A corrupção está enraizada no coração dos homens, tão quanto a paixão pelo futebol do povo deste país. Quantas dores não têm sofrido aqueles que se deixaram levar por tal infâmia e que depois se arrependeram. Por que esse amor ao dinheiro, descrito pelo apóstolo Paulo, aflorou nestas pessoas? Acredito que a falta de se exercitar na autodisciplina e de usufruir os seus benefícios é o principal elemento que leva à corrupção. Vivemos em um mundo materialista, onde o que importa é o “TER” não há regras ou pudor para se alcançá-la.
Por outro lado, felizmente, todos os dias estamos presenciando exemplos de honestidade e de pessoas que se doam ao próximo sem finalidade lucrativa como os de Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho, sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiros. Concebeu e dedicou-se ao projeto Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Ou Zilda Arns Neumann médica pediatra e sanitarista brasileira, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. A Dra. Zilda estava no Haiti, a serviço da humanidade, trabalhando gratuitamente, quando falaceu em virtude de um forte terremoto que matou aproximadamente 250.000 pessoas.
Concluímos, portanto, que para a efetiva derrota da corrupção, devemos no mobilizar com todas as nossas forças e lutar contra nós mesmos, buscando incessantemente conhecer os nossos vícios e defeitos e substituí-los por ações virtuosas para que, finalmente, possamos ver a retidão personificada em cada pessoa. Isso começa a acontecer em nosso pais através de várias atitudes, não aceitar a corrupção é um ato de coragem e patriotismo.
Serão atitudes como estas vão acabar com a corrupção? Em curto prazo é claro que não. Mas com certeza estaremos demonstrando que ainda é possível ser honesto, ético e educado em um mundo onde a maldade já não escandaliza. Além do mais, um sentimento divino, indescritível com palavras, se apossará de cada um que o praticar. Mas não se esqueça, primeiro deveremos nos tornar pessoas melhores, modelo de cidadão, de pai, de esposa, de filho, de vizinho, de amigo e de bons profissionais, para que as transformações sejam possíveis.
Como cidadão brasileiro que sou, pai de familia, filho, irmão, esposo, Eu procuro fazer a minha parte, não tenho aceitado as coisas como ele estão, tenho tentado fazer o meu papel de cidadão chapadinhese, mesmo diante do intemperes da vida.
