Após uma noite de terror sem força elétrica, TV e ventilador, esperando o sono chegar, já que a equipe da CEMAR nunca vem em tais horários, amanheço com a vontade de um bom banho frustrada por três dias de um cano estourado em algum lugar sem que a CAEMA consiga água bombear. Escovar os dentes e lavar o rosto com água da geladeira é o que vai restar.
Saindo de carro, os solavancos dos buracos do centro, semáforos quebrados e o trânsito insano ajudam a acordar.
Preciso pagar contas e no Banco do Brasil, dos nove existentes, só dois caixas eletrônicos se pode usar. Filas gigantescas dão bom dia aos clientes no “belo” e novo prédio da instituição financeira que mais lucra no país. Como aqui não existem aqueles postos do BB que abundam em farmácias, padarias e supermercados de cidades bem menores, o jeito é avisar o atraso e cancelar compromissos. Pego o celular e... qual o que?! A VIVO anda mortinha ultimamente.
Penso com os botões de minha camisa de meia: é melhor pagar as contas: temos SPC, SERASA e a Língua dos Outros pra tormento do devedor e nada de PROCON em amparo ao consumidor.
Nem adianta estressar. Calma, olha a pressão! Vai que você passa mal e acaba no HAPA, onde tem de um tudo, de prêmio de honra ao mérito de saúde nacional a salário de marajá; só os remédios e equipamentos funcionando é que o (im)paciente corre risco de não encontrar.
Melhor pensar noutra coisa. Ah, lembrei que logo mais, a noite trará aquela grata brisa e o inspirador luar da Chapada... Afinal hoje é a sexta-feira perfeita para ir ao Abrigo Central: lá a cerveja é rudemente gelada e sempre se pode contar com o Inaldo para o fiado deixar.
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