quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sobre o TORCICOLO MORAL:



Da Síndrome do Comodismo e da Resignação de que padece a nossa sociedade
Por: Diego Campos

Síndrome é o nome dado a todo conjunto de sintomas/sinais associados a uma mesma doença/patologia, de modo a definirem o diagnóstico e o quadro clínico de uma condição médica (Wikipédia).
Comodismo, segundo o dicionário Houaiss, é o “caráter ou modo de proceder do comodista; preguiça, egoísmo”. Outros dicionários, especificam que o comodista é “aquele que apenas cuida de si, indiferente a tudo mais” e ainda, “a pessoa que atende principalmente às suas comodidades
Há portanto, que se explicar o mais prejudicial comportamento diante de situações de injustiça: A Resignação.
Resignação, segundo o dicionário Michaelis é “sujeição paciente às amarguras da vida; conformação com a dor física ou moral; paciência no sofrimento
Feitos os esclarecimentos, vamos ao mérito.
Ora, no modelo de sociedade no qual somos formados, com acesso à educação e aquisição dos valores morais estabelecidos, é simplesmente impossível, salvo em caso de limitações da consciência por motivos de saúde ou de idade, que eu, você e qualquer ser humano não perceba uma situação de injustiça.
Assim, cabe aqui questionarmos, não a origem, nem o propósito da injustiça, mas tão somente a resposta dada pelos cidadãos prejudicados, diante da conduta dos “maus”:
- Há quem se manifeste de imediato, reprovando o ocorrido, e até mesmo busque reparação e aconselhando outros a também fazê-lo.
- Há quem se julgue beneficiado enquanto vê outros sendo prejudicados, pois nesta condição, consegue de alguma forma, acreditar-se superior, e portanto, considera a injustiça praticada algo CÔMODO.
- Há quem tome conhecimento, e por algum motivo prefere apenas observar à distância, pois prefere se omitir de comentar/agir, até porque acredita que a situação, tal como está, lhe permite sobreviver. Não há fôlego pra ir à luta. Já que dá pra viver, então de uma forma estranha, passam a ficar em RESIGNAÇÃO.
Ora, caros leitores, os comportamentos acima citados, nada mais são do que SINTOMAS!
Assim, pelo quadro de sintomas, o diagnóstico que eu declararia para a condição atual de uma grande parcela da população, seria de “TORCICOLO MORAL”, ou como preferir, uma nomenclatura para a sintomática: a Síndrome do Comodismo Resignação.
Explico: Quem já teve um torcicolo, durante a noite, mesmo com toda a dificuldade para se acalmar diante de tanta dor, acaba encontrando uma posição, por mais estranha e anatomicamente impossível de dar conforto que seja, e nessa posição consegue sentir um momentâneo alívio, que na maioria absoluta das vezes, faz com que a pessoa até mesmo desista de buscar socorro médico, até mesmo dizendo:
- “Ah, não preciso de remédio nem de médico mais não, assim não tá doendo muito, desse jeito acho que a dor passa, daqui a pouco estou bem”.

Ou seja, atualmente, as pessoas conseguem encontrar uma “posição de falso conforto” frente a situações de clara afronta aos direitos constitucionalmente garantidos.
Cabe também refletirmos sobre algo lógico: síndrome não é doença, é uma condição, e condições devem ser viáveis para a manutenção do pleno funcionamento da sociedade.
Sendo assim, esse comportamento Comodista, de Resignação só nos mostra o quanto distantes estamos do ideal de amor ao próximo, de justiça igualitária.
E então, você vai se INDIGNAR E MANIFESTAR JUSTIÇA em favor de todos, vai ser um COMODISTA em favor do seu umbigo, ou vai se RESIGNAR em favor de ninguém e desfavor de todos?
Fica a reflexão!
Diego Campos.

Para pensar mais:
Um exemplo curioso, mas real é o da Síndrome de Estocolmo, que é um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu captor ou de conquistar a simpatia do sequestrador.
A síndrome pode se desenvolver em vítimas de sequestro, em cenários de guerra, sobreviventes de campos de concentração, pessoas que são submetidas a prisão domiciliar por familiares e também em vítimas de abusos pessoais, como mulheres e crianças submetidas a violência doméstica e familiar. É comum também no caso de violência doméstica e familiar em que a mulher é agredida pelo marido e continua a amá-lo e defendê-lo como se as agressões fossem normais.

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