Entre os anos 2000 e 2010, o número de jovens que não estudam, não trabalham e
não procuram emprego aumentou em 708 mil pessoas. A proporção passou de 16,9%
para 17,2% das pessoas entre 15 e 29 anos.
Em nota técnica divulgada hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica e
Aplicada (Ipea), as pesquisadoras Ana Amélia Camarano e Solange Kanso alertam
para as implicações sociais dessa constatação do Censo 2010. "Isso [os dados]
coloca a necessidade de políticas públicas que contribuam para uma inserção
adequada desses jovens, seja na escola ou no mercado de trabalho", dizem as
pesquisadoras.
Entre os homens nessa faixa etária, 11,2% estavam nessa situação em 2010,
enquanto entre as mulheres o percentual foi 23,2%, sendo que dois terços das
mulheres que não estudavam e não trabalhavam eram casadas e 61,2% tinham
filhos.
A grande maioria dos homens vivia com os pais, mesmo com a queda de 71,8% em
2000 para 62,6% em 2010. A proporção de chefes de domicílio subiu de 10,8% para
11,2%. Enquanto a renda familiar média nas residências com jovens que não
estudam nem trabalham era R$ 1.621,86 , nas famílias com jovens que estudam e
trabalham o valor sobe para R$ 3.024,34.
Quanto à escolaridade, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad)
2011 mostra que os homens nessa condição tinham em média sete anos de estudo,
enquanto as mulheres tinham oito anos. A escolaridade do chefe do domicílio na
faixa estudada era mais baixa, o que aponta, segundo as pesquisadoras, que a da
pessoa de referência na família influencia na frequência escolar do jovem e na
renda familiar.
Da Agencia Brasil