da Agência Brasil
Brasília
– As mudanças nos preços dos combustíveis serão mais frequentes para
acompanhar com mais agilidade a cotação internacional do petróleo, disse
hoje (5) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele evitou dizer se o
governo cogita, para breve, um novo reajuste da gasolina e do óleo
diesel, mas informou que o governo alterou a política de preços da
Petrobras.
“Nós acabamos de dar um aumento para a gasolina, então não me parece
oportuno falarmos em novo reajuste. Agora, a nossa tendência será
acompanhar, cada vez mais, a evolução dos preços do petróleo, porque o
preço dos combustíveis tem de ter uma correlação com o preço
internacional do barril. Esse é o valor que a Petrobras paga quando
importa derivados”, disse Mantega.
De acordo com o ministro, nos últimos cinco anos, os preços dos
combustíveis aumentaram 85% nas refinarias. No mesmo período, a inflação
oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) somou
60%. Ele esclareceu que esses reajustes, na época, não foram repassados
aos consumidores porque o governo compensou as altas de preços com
reduções na Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
Apesar do aumento superior à inflação nas refinarias, o ministro
ressaltou que os preços internacionais do petróleo provocaram impacto
nas contas da Petrobras nos últimos anos. “O problema foi a cotação
internacional do petróleo, que subiu mais que os preços nas refinarias,
então houve descolamento no preço para importar a gasolina”, avaliou.
Mantega recusou-se a comentar as declarações da presidenta da
Petrobras, Graça Foster. Em entrevista coletiva para comentar o balanço
da estatal, ela disse que considerava insuficiente o aumento de 6,6% no
preço da gasolina e de 5,4% do preço do diesel nas refinarias. Sobre a
queda de 8% nas ações ordinárias (com direito a voto) da estatal hoje na
Bolsa de Valores de São Paulo, o ministro declarou apenas que
oscilações nos preços de ações são naturais.
“Em renda variável, isso costuma acontecer. Eles [os preços das
ações] vinham subindo há semanas, aí caem em outra semana. Às vezes, o
fator é externo. Ontem, por exemplo, as bolsas estavam caindo no mundo
todo”, argumentou.
O ministro deu as declarações depois de se reunir por mais de duas
horas com a presidenta Dilma Rousseff. Mantega não informou se a
política de combustíveis foi discutida no encontro.