segunda-feira, 8 de julho de 2013

Ninho de cobras

A NNN, nova novela das nove, da Globo , segundo informações da mídia, anda bem na audiência.  Mas também pudera,  com o intervalo de "Salve Jorge" , entre Avenida Brasil e a atual, ambas abordando temas contemporâneos e polêmicos, só podia dar nisso.
Afinal, a turma gosta do "quanto mais cruel" melhor.  Só assim se  explica a história de Amor à Vida  recheada de cobras por todos os lados. Algumas rastejantes que ninguém vê, outras de cabeça em pé e línguinha de fora prontas para dar o bote e muitas que já morderam mas ninguém ainda sentiu o veneno.

Não se pode deixar de começar a análise de tantas crueldades e tiranias, com Felix, personagem central da novela e que já está sendo chamado nas redes sociais de "bicha má". Apelido, aliás preconceituoso, dando aquela idéia antiga de carimbar pejorativamente os homossexuais, mas enfim, quando a intenção é promover, vale tudo! No entanto, garanto que daqui a pouco alguma ONG defensora de minorias vai chiar!
Mas vamos voltar ao foco da maldade explícita. Pelo que tenho observado, o autor procurou exaltar em seu texto o lado mal de todos os personagens, permeado por interesses próprios, seja em qualquer segmento, humano ou profissional.
Felix, com seu jeito inconveniente, sádico e levianamente sincero consegue "salgar" não só a santa ceia mas o alimento de praticamente todos que o cercam. Ele começou mostrando, lá no início,  que morria de ciumes da irmã,  a ponto de deixá-la morrer (o que não aconteceu)  num banheiro sujo,  levando o bebê que acabara de nascer, para sumir depois com ele.
Gente, é claro,  sabemos que na vida real coisas assim acontecem. Quantos bebês já não foram achados no lixo, como a menina da novela? Mas começar a história assim já mostra o que espera o telespectador. São tantas e complicadas armações protagonizadas pelo tirano que qualquer ditador mundial fica pequeno perto dele.
Mas o povo gosta. Além de Felix, outros vilões têm sido desenhados na história. Existe  a médica que ajudou o viúvo Bruno a conseguir uma falsa certão de nascimento em que ele figura como pai. No fundo, a intenção é conquistá-lo,  depois de ter dado uma ajudinha na morte da mulher dele e do filho. Já imaginou tanta maldade?
Bruno, por acaso,  acaba conhecendo Paloma que ele não sabia ser a mãe biológica da criança, fica noivo dela e ela descobre depois que a menina na verdade é sua filha roubada no nascimento e culpa o noivo por não contar a verdade. Mas ela nunca perguntou a ele? Em vez disso, apesar da cara de boazinha e de ser a mocinha sofredora da história,  torna-se uma tirana que vai afastar a filha do pai que a criou com o maior amor.
Ou seja, não há bons ou maus nesse folhetim, há o que existe na vida real. Jogo de interesses e egoísmos inconfessáveis.  No fundo no fundo,  tem muita gente assim, querendo se dar bem e os outros que se danem.  E quando aparece alguém muito bonzinho, a turma já desconfia e acha que há falsidade por trás de alguma boa intenção.  O contraponto da maldade é sempre menos interessante e não instiga a revolta nos corações e mentes do público.
Essa é a receita bem misturada do autor Walcir Carrasco, que carregou nas tintas da maldade criando cobras a cada capítulo, de acordo com o desenrolar da história. Receita bem executada por grande atores. Desde os jovens aos veteranos. Estão todos muito naturais e quando têm que ser cruéis,  ninguém segura. Convencem plenamente.
E para terminar, porque se fosse analisar cada capítulo ou história aqui, teria que levar o tempo da novela, claro, não há  como negar que os papéis mais difíceis hoje são os que representam as minorias.   Nada na interpretação deles pode deixar a desejar pois as regras atuais estão aí para proteger eventuais abusos e escárnios em público. Por isso, palmas para o casal de gays Eron e Niko. Eles estão na medida certa, sendo que o segundo está ainda mais bem interpretado. Divertido, gentil e delicado como deve ser.
E voltando a Felix, que abre e fecha esse artigo, se ele parasse de "salgar" tanto a Santa Ceia e diminuísse as "contas" do rosário,  estaria perfeito e irretocável no papel de  "bicha má".
 "Pelas barbas do profeta”.  A propósito, será esse também um dos bordões do Felix?
Nota da Redação.  A Federação Nacional de Medicina Veterinária divulgou comunicado protestando contra uma frase de  Felix no diálogo com o Doutor Lutero: “você não serve nem para tomar conta de uma clínica veterinária, quanto mais para dirigir um hospital”. O Conselho considerou a comparaçãopejorativa, desclassificando a atuação de médicos veterinários e o trabalho desenvolvido pelas clínicas veterinárias em todo o Brasil, além de refletir o desconhecimento sobre a real importância e do papel destes profissionais no cuidado e no bem-estar dos animais e da sociedade".

 autor deste artigo Leila Cordeiro

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