Realmente, o ano de 2013 está chegando
ao fim e não pode ser acusado de não ter sido um ano cheio de atividade
para quem gosta de acompanhar política – tanto no âmbito nacional como
no internacional.
Em termos de cenário brasileiro, nada superou a condenação dos chamados mensaleiros. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, passou de um exemplo da igualdade racial proclamada por Lula para um verdadeiro heroi entre os que pregam a moralidade no país e um traidor para os petistas por ter condenado alguns de seus líderes com base em evidências e não em fatos incontestáveis.
Agora Lula, aquele que “nada sabia”, está chamando os mensaleiros
petistas de “guerreiros”. Como salientei em outra coluna, só os petistas
mensaleiros são guerreiros, e os outros envolvidos no Mensalão não são?
Por que eles são diferentres dos demais se todos estão no mesmo
processo?
Além do mais, indicação de juiz de STF não deve mesmo servir de
salvaguarda para proteger quem o indicou. Ele deve basear-se em
princípios jurídicos e não olhar cor partidária ou padrinho político.
Algo que alguns outros indicados do STF parecem não ter seguido à risca.
Outra coisa em que os petistas confundem diz respeito à provável
reeleição de Dilma Rousseff para a Presidência do Brasil. Dentro do
raciocínio destes cegos partidários, “isto prova que o povo apóia o
PT, tanto que está reelegendo a presidente a despeito da condenação dos
mensaleiros, vítimas da mídia burguesa e dos inconformados derrotados”.
Convenhamos, é uma maneira simplista de se ver as coisas. Em primeiro
lugar, a maioria da população brasileira não acompanha noticiário
político e, ademais, quem lá vai saber o que é embargo infringente
dentro desta massa pouco informada. Ou seja, as pessoas preocupam-se em
trabalhar para por comida na mesa e estas filigranas jurídicas ficam
sendo discutidas por um punhado de especialistas e por um grupo
(pequeno) de pessoas que leem jornal, e que evidentemente tiram suas
conclusões diante dos fatos divulgados pelo noticiário.
Além disto, o PT criou o “coronelismo de estado”. Os mais antigos hão
de se lembrar o folclore das eleições no interior do Brasil. Reza a
lenda de que o “coronel” local indicava um candidato e exigia que o
povão votasse no candidato de sua preferência. Para garantir a
fidelidade, ele dava um pé de sapato antes da eleição e apenas dava o
segundo pé após a confirmação de que o peão havia cumprido sua ordem.
Hoje, o PT usa este tipo de recurso. Com medo de perder a eleição, seus
cabos eleitorais espalham aos beneficiários do Bolsa Família que, caso o
candidato da oposição vença a eleição, este benefício será
descontinuado. É mentira, obviamente, mas o que importa é lançar mão de
qualquer subterfúgio para vencer o pleito. A ética que se dane.
O outro fator que ganhou destaque, este no plano internacional, foi o
monte de denúncias feitas por Eric Snowden, que serviu apenas para
envenenar relacionamentos entre nações e contribuir para dinamitar
alianças que seriam positivas. O Brasil, por exemplo, foi prejudicado
por causa desta denúncia de espionagem extemporânea. Graças a isto, não
foi realizada uma visita de Dilma à Casa Branca em outubro, onde seria
recebida com honras de chefe de Estado, algo reservado a pouco
governantes. Com isto, impediu-se uma parceria econômica e comercial que
seria benéfica para as duas nações, sobretudo ao Brasil, que deseja
ampliar seu mercado exportador.
Mas isto são águas passadas, e o jeito é torcer para que 2014 seja
melhor do que 2013. Afinal, a cada virada de ano renovamos as esperanças
e fazemos fé de que o ano que está por vir seja melhor do que aquele
que está terminando.
Para não fugir à tradição, nesta última coluna de 2013, desejo aos
leitores e colegas do Direto da Redação Boas Festas e um Ano Novo
repleto de alegrias!
autor deste artigo Antonio Tozzi