sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O dilema por trás do aumento do custo da energia

Por Míriam Leitão

O governo está diante de um dilema difícil: se reajustar o preço da tarifa de energia para pagar os custos mais elevados do sistema, vai bater na inflação e afetar politicamente o governo. Mas se ele pagar toda a conta, já maior do que estava previsto no Orçamento (R$ 9 bilhões), haverá uma piora das contas públicas.
Como esse foi o verão mais difícil, choveu menos, o calor foi grande, o consumo aumentou, as termelétricas estão a todo vapor e parte da energia não estava contratada, o custo aumentou. E tudo isso eleva o custo de manutenção da ideia de que o governo possa manter com recursos públicos uma tarifa mais baixa, como a presidente anunciou no ano passado.
Se o governo colocar tudo isso na conta do Tesouro, pioram as contas públicas e, com isso, a desconfiança em relação ao Brasil. Estão olhando "com lupa" os nossos números, com medo de que o país tenha mais dificuldades fiscais, aumente a dívida pública.
Se o Brasil for rebaixado, haverá impacto no custo de financiamento do país, na entrada de capital estrangeiro que financia o déficit em transações correntes.
Se passar a conta para o consumidor, além de ele não ficar satisfeito, vai parecer contraditório com o discurso político eleitoral da presidente. Em 2013, Dilma anunciou como uma benesse a redução do preço da energia, que beneficiou grandes empresários e consumidores. À época, ela fez um discurso muito politizado. O que fez foi criticado, porque estava reduzindo o preço da energia quando ele estava aumentando. Economicamente, isso é inviável.
Como a presidente politizou o assunto, se repassar o preço da energia para o consumidor, entrará em contradição com o seu discurso político. Por outro lado, se o Tesouro pagar o preço, as contas públicas terão uma piora e aumentará o risco da desconfiança em relação ao Brasil.
É um dilema que não tem solução fácil.
O governo está falando em passar metade da conta para o consumidor, mas só em 2015, depois das eleições.

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