sexta-feira, 8 de maio de 2015

158 assaltos a ônibus na Grande São Luís nos primeiros meses de 2015

NELSON MELO (Jornal Pequeno)
Para o Sindicato dos Rodoviários, a impunidade é o que influencia as ações criminosas. Polícia Militar garante que realiza operações para conter as ações dos assaltantes

Segundo levantamento do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema), nos quatro primeiros meses deste ano já ocorreram 158 assaltos a ônibus na região metropolitana de São Luís. Abril está sendo considerado o mais violento, com 48 ocorrências. Os números representam pouco menos da metade de todo o ano passado, que fechou com 366 casos.

Ouvido pela reportagem do Jornal Pequeno, o atual presidente do Sttrema, Isaías Castelo Branco, repassou o balanço dos registros por mês. Sendo assim, em janeiro aconteceram 43 assaltos; fevereiro, por sua vez, terminou com 29; já março teve 38 ocorrências dessa natureza; e abril apresentou um aumento nesse tipo de ação criminosa, fechando com 48.Segundo levantamento do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema), nos quatro primeiros meses deste ano já ocorreram 158 assaltos a ônibus na região metropolitana de São Luís. Abril está sendo considerado o mais violento, com 48 ocorrências. Os números representam pouco menos da metade de todo o ano passado, que fechou com 366 casos.


Isaías Castelo Branco enaltece ações da PM, mas pede reforço no combate ao crime contra os coletivos

A soma dos casos ocorridos em cada um desses quatro meses totalizou 158 situações de roubo a coletivos, contra 197 do mesmo período de 2014. No ano passado, os números foram: janeiro (52), fevereiro (51), março (65) e abril (29).

Castelo Branco comentou que os pontos mais críticos são o Bairro do Ipase, diante da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), na Avenida Daniel de La Touche; e toda a área Itaqui-Bacanga, em São Luís. Para ele, “não há mais horário” para que os assaltantes cometam seus crimes, como ocorria há dois anos, quando a maioria dos roubos a coletivos acontecia no período da noite.

Dessa forma, Isaías citou como exemplo um caso ocorrido no último dia 1º, na Itapera (zona rural de São Luís), quando bandidos fizeram um “raspa” em um ônibus da linha Arraial, no fim da madrugada, por volta das 5h50. Ele analisou que os criminosos estão se “aperfeiçoando”, praticando seus delitos em ações mais ousadas. Nos pontos finais das linhas Vila Embratel e Alto da Esperança, recordou o presidente do sindicato, um grupo promoveu o “terror” no local, levando a renda do transporte, além de pertences dos rodoviários e dos passageiros. Antes disso, trancafiaram o motorista e o cobrador na guarita do fiscal e ainda atiraram contra o teto do coletivo.

IMPUNIDADE INFLUENCIA – Questionado sobre os motivos que fomentam os assaltos a transportes rodoviários, o entrevistado ponderou que o fator impunidade influencia essas ações criminosas. Um bandido, explicou ele, já foi preso três vezes em uma semana promovendo roubos aos ônibus, justamente porque não permanece encarcerado. “A polícia está fazendo blitz em pontos estratégicos; mas, se não tem punição penal aos suspeitos, esta iniciativa terá pouca eficácia”, expressou.

Entretanto, Castelo Branco pontuou que os rodoviários reclamam constantemente que os patrulhamentos da Polícia Militar nos 25 corredores seguros da Ilha não estão mais acontecendo; o que desperta uma sensação de insegurança por parte desses profissionais. Na opinião dele, as forças policiais devem pensar em uma nova forma de combater esses assaltos, pois a tradicional “Operação Catraca” já foi internalizada pelos criminosos, que já conhecem os locais onde ela ocorre. “Enquanto há revista na Barragem do Bacanga, os bandidos estão agindo em outros bairros do Itaqui-Bacanga”, comentou.

Indagada acerca dos assaltos, a universitária Letícia Sena, de 19 anos, concluiu que a própria população deve colaborar com a segurança pública, pois, quando mencionam infiltrar policiais dentro dos coletivos, a sociedade logo analisa isto como “opressão”. O motorista Alexandre Reis da Silva, 40 – da Linha Bom Milagre –, disse que, em seus 12 anos de profissão, já presenciou vários roubos em ônibus que conduz. Ele contou que, a fim de evitar ser mais uma vítima, observa de longe se a pessoa que faz sinal de parada é suspeita ou não, com base em sua “experiência nas ruas”.

REUNIÃO NA PMMA – A fim de solucionar este problema, o Sindicato dos Rodoviários irá se reunir hoje à tarde, por volta das 15h, no salão azul do Comando Geral da PM, no Calhau, “para debater sobre ações estratégicas de combate aos assaltos”, nas palavras de Isaías Castelo Branco.

Procurada pela reportagem do JP, a corporação comunicou, por meio do coronel Vieira, do Comando de Policiamento de Área Metropolitana 2 (Cpam 2), que a PM vem realizando operações em toda a Grande São Luís. Ele revelou que, nas áreas abrangidas pelo Cpam 2, ocorrem as operações “Catraca” (durante toda a semana, nos três turnos); “Saturação” (aos fins de semana, nos pontos finais e em pontos de maior incidência) e “Fecha Quartel” (duas vezes na semana).

Na área compreendida pelo 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM) – sobretudo na região da Cidade Operária, continuou descrevendo o coronel, é feita a “Operação Duas Rodas”; que, apesar de abordar motocicletas, acaba revistando passageiros nos coletivos.

Duas mortes dentro de coletivos durante ação de assaltantes


Hildes Barbosa e Rondinelly Costa foram mortos em assaltos a ônibus|FOTOS|DIVULGAÇÃO

Do começo do ano até este mês, os ataques de assaltantes ao transporte coletivo, na região metropolitana de São Luís, resultaram na morte de duas pessoas, sendo uma delas um policial militar, que revidou à ação criminosa. A segunda vítima foi um estudante, morto na tarde da última segunda-feira (4), na Cohab.

O primeiro caso se deu na noite do dia 19 de janeiro, na Estrada de Ribamar, quando três criminosos anunciaram o assalto ao ônibus da Linha Sítio Grande, na altura do bairro da Maiobinha. Nesse instante, o policial militar Hildes Sousa Barbosa reagiu e atirou contra os assaltantes e atingiu um dos ladrões; porém, também foi baleado e morreu no dia 9 do mês de fevereiro, após 20 dias internado no Hospital Dr. Carlos Macieira.

Na troca de tiros com o PM, que trabalhava no Batalhão de Choque, no setor do canil, um dos assaltantes, de 17 anos, foi alvejado na cabeça, e os outros fugiram. O cobrador também foi atingido por um disparo.

Na tarde da última segunda-feira (4), o estudante Rondinely Ferreira da Costa, de 18 anos, levou um tiro na cabeça dentro de um ônibus da linha Habitacional Turu, no Conjunto Cohab-Anil, diante da Maternidade Marly Sarney. Ele teria reagido a um assalto, quando o suspeito puxou seu celular. O rapaz foi atendido dentro do veículo, por uma equipe da própria maternidade, sendo levado ao Hospital Municipal Clementino Moura (Socorrão 2), onde morreu na madrugada do dia seguinte.

Um adolescente chegou a ser preso, suspeito pela morte do jovem, no mesmo dia do crime, mas foi solto logo em seguida por falta de provas.

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