Hasna
Aitboulahcen, a mulher-bomba que se explodiu no apartamento investigado
pela polícia francesa em Saint-Denis na quarta-feira, era uma pessoa
extrovertida, que gostava de festas, bebidas alcoólicas e cigarro antes
de se radicalizar e se juntar ao Estado Islâmico (EI), há cerca de um
mês, reportou o jornal belga La Dernière Heure. Na quarta-feira, Hasna, a
primeira mulher-bomba da Europa, se matou ao detonar um cinto de
explosivos no apartamento localizado no terceiro andar.
Com a explosão,
sua cabeça e coluna vertebral foram parar na calçada. O irmão de Hasna,
Youssouf Aitboulahcen, contou à publicação que ela nunca demonstrou
interesse pela religião nem leu o Corão. Segundo ele, a irmã decidiu
usar o véu islâmico há apenas um mês. A publicação divulgou uma selfie
de Hasna nua em uma banheira e fotos da mulher usando véu. "Ela vivia em
seu próprio mundo. Nunca se interessou em estudar religião. Ela ficava o
tempo todo no telefone, vendo Facebook e Whatsapp", disse o irmão.
Filha de pais separados, Hasna foi adotada por outra família quando era
criança: "Ela era feliz e cresceu assim até a adolescência. Mas depois
ela saiu dos trilhos, se tornou irresponsável, andando com más
companhias". Ex-vizinhos contam que ela era festeira, bebia e fumava
bastante e saía com muitos rapazes. Segundo o jornal britânico Daiy
Mail, amigos a apelidaram de 'cowgirl', pois ela gostava de usar grandes
chapéus de cowboy. Hasna era prima de Abdelhamid Abaaoud, o belga de 28
anos que planejou e financiou os ataques à capital francesa que
deixaram 129 mortos e mais de 350 feridos na última sexta-feira. Os
militantes que estavam no apartamento invadido pela polícia planejavam
realizar um ataque ao distrito financeiro parisiense de La Défense, e a
polícia chegou ao local por meio de interceptações telefônicas. Nesta
quinta-feira, a imprensa francesa divulgou um áudio em que é possível
ouvir o diálogo entre Hasna e um policial que participava da ação. O
agente pergunta "Onde está seu namorado?", e Hasna responde "Ele não é
meu namorado!", antes de detonar os explosivos.