quarta-feira, 24 de maio de 2017

Mãe e padrasto matam filho, lançam corpo no mato e denunciam sequestro



A Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) apresentou à imprensa, na manhã de terça-feira (23), Jeannie da Silva Oliveira, 27 anos, e Renato Carvalho Lima, 20 anos. Eles são investigados pelo homicídio cometido contra Antônyo Jorge Ferreira da Silva, 9 anos, filho de Jeannie e enteado de Renato.
Além da apresentação dos suspeitos já custodiados pela Polícia Civil, a elucidação do caso foi apresentada pelo titular da Deic, Valdemir Pereira da Silva (“Branco”), que presidiu as diligências que culminaram na resolução do crime. De acordo com as conclusões apresentadas, Renato foi o executor das ações que resultaram no assassinato de Antônyo, mas teria agido a mando da mãe da criança, Jeannie Oliveira.

Anda segundo o delegado, novas diligências estão em curso para apurar, inclusive, suspeitas de que Antônyo sofria abuso sexual. Em conversa com o pai biológico da criança assassinada, o titular da Deic informou ter o genitor de Antônyo reportado que seu filho lhe pediu para voltar para Rondônia, onde residia. O menino teria afirmado ao pai estar “sofrendo muito”. O pai de Antônyo afirmou ainda ao delegado ter realizado tentativa de levar o filho de volta a Rondônia, mas teria sido impedido por Jeannie.

Entenda o caso

Delegado Valdemir Pereira concede entrevista a repórteres sobre o caso

A Deic foi comunicada a respeito de um suposto crime de sequestro de Antônyo, registrado por Renato e Jeannie na Central Única de Flagrantes. De acordo com a denúncia, Antônyo teria sido sequestrado por traficantes de drogas para os quais Renato estaria devendo a quantia de R$ 850.

Ouvidos separadamente pelo delegado Valdemir Pereira, começaram a despontar contradições dos relatos de ambos. “Ele (Renato), por exemplo, não sabia quem eram os traficantes para quem estva devendo. Não soube dizer o nome nem o apelido de nenhum. Não soube sequer dar a descrição física deles”, comentou a autoridade policial.

Ainda segundo o titular da Deic, em interrogatório informal, foi solicitado a Renato que este tirasse a camisa que vestia, momento no qual foram notadas várias lesões em sua pele. Já suspeitando da conduta do padrasto de Antônyo, o delegado determinou a realização, nele, de Exame de Corpo de Delito. No laudo, concluiu-se a existência de “múltiplas lesões arciformes (em forma de arco) recentes no dorso e região anterior do tórax com diversos tamanhos, compatíveis com aquelas produzidas por unha humana”.

A partir da conclusão do laudo, inquiriu-se junto a Renato como foram produzidas as lesões, ao que ele não soube responder. “No interrogatório já com a presença dos dois (Renato e Jeannie), eu disse a eles: ‘Essa criança vai aparecer hoje, viva ou morta’. Fiz essa afirmação por duas vezes, e sempre que eu afirmava isso, o Renato olhava para a Jeannie”, relata o titular da Deic.

Confissão

Após três horas de interrogatório, e tendo em vista terem-lhe sido apresentadas todas as incongruências de sua versão, Renato acabou confessando ter sido o autor do homicídio de Antônyo. Ele afirmou tê-lo feito a pedido de Jeannie, que, segundo o homicida, não queria mais ter quaisquer responsabilidades sobre a criança. Ele afirmou ainda que a companheira estava “cansada e doente”, que “não aguentava mais o filho”, e desejava que Renato “se livrasse dele”.

O executor da ação criminosa declarou ter matado Antônyo por esganadura seguida de enforcamento. Após o homicídio, Renato teria transportado o corpo em uma caixa de papelão até um lote baldio não muito distante do local da consumação do crime, onde deixou o corpo. Na noite de sábado, o próprio Renato levou os policiais da Deic para o local, no qual o corpo foi, de fato, encontrado.

De acordo com o delegado Valdemir Pereira, Renato e Jeannie serão indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime, cujas penas previstas são de, respectivamente, 12 a 30 anos, um a três anos e um a seis meses, além de pagamento de multa. (fotos: Jota Eurípedes/ Coordenação de Comunicação da Polícia Civil de Goiás)




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