As
pessoas que têm pensamento positivo vivem mais 7,5 do que as que não
têm, disse nesta terça-feira (04) o pesquisador José Pinto da Costa em
uma sessão sobre a psicologia do medo que decorreu na cidade do Porto,
em Portugal.
O
professor catedrático e médico legista explicou que em causa está "a
harmonia biológica da funcionalidade cerebral" e que "os aspectos que
são positivos libertam determinadas substâncias químicas que aumentam a
capacidade de sobrevivência das células".
"Quando
estamos com prazer, temos um aumento de libertação da dopamina.
Portanto, queremos repetir o mesmo comportamento para termos dopamina
que vai dar prazer. Numa harmonia, isso leva a que a probabilidade de
lesão das várias estruturas da célula diminui", disse.
Por isso,acrescentou,o pensamento positivo "leva a uma sobrevivência maior".
O
investigador, que falava em uma sessão dedicada à psicologia do medo,
inserida em um dia de atividades promovido pelo CRIAP - um instituto
ligado a áreas como a terapia da fala, o serviço social, a criminologia
ou os recursos humanos -, também afirmou que "as pessoas que já
experienciaram situações de medo e que conseguiram resolvê-las têm
capacidade de sobrevivência maior".
O
fenômeno deve-se à "capacidade para ultrapassar o medo", disse José
Pinto da Costa que, em declarações à agência Lusa, à margem da sessão,
enfatizou que "estas temáticas deviam ser mais discutidas pela
sociedade".
"O
conhecimento é fundamental para que possa existir liberdade. Sem
informação não há conhecimento e sem conhecimento não há liberdade. Por
isso é que o CRIAP procurou falar desta questão que é muito atual e em
todo o mundo se está discutindo", disse o também diretor científico do
instituto.
Costa lamentou que "exista muito preconceito contra o medo e contra as pessoas com medo".
"Não
se integra as pessoas na sua circunstância. As pessoas às vezes têm
medos exagerados por uma questão de aprendizagem. Os primeiros dois anos
[de vida] são cruciais para o desenvolvimento da estruturação da
personalidade e, talvez, foram os pais e a sociedade que lhe incutiu a
estruturação de futuros medos", afirmou.Com informações da Lusa/Foto:DR